10 fevereiro 2009

Pôr-do-Sol




Apesar da chuva que caía naquele dia de verão a tarde, nunca esqueci o pôr-do-sol, a chuva parou e ficou um vento frio que arrepiava a alma. Estávamos sentados na areia da praia, olhando ao longe, sentindo o frio percorrer cada centímetro do nosso corpo e ao abrir os olhos presenciei aquele momento único, inesquecível, onde o cinza oriundo da chuva tinha se esvaído. O horizonte parecia brincar com as cores, no céu uma mistura de cores vivas: rosa, roxo, laranja e no final um vermelho quente, o sol tocava o horizonte, parecia estar fervilhando ao bater na água do mar, eu vi as borbulhas distantes, poderia jurar ter visto, devo ter imaginado, meu inconsciente brincando comigo para tornar aquele dia mais inesquecível. O cheiro do mar parecia tornar tudo mais leve, mais poético, mas com um piscar de olhos aquele cenário se desmaterializou, ficou somente na lembrança do casal que a presenciou e dos poucos transeuntes que se aventuraram a ir à praia aquele dia. Estávamos Absorvidos ainda pela imagem, calados com o olhar perdido. Ao pôr-do-sol aquele momento começou a doer nos ouvidos, o silêncio era visceral, talvez fosse o medo do que estava por vir, palavras precisavam ser exaladas, ditas sem medo, o fim estava próximo e os corações acelerados, amedrontados, talvez chorando mas aquele casal não dava o braço a torcer, prolongou o silêncio até não poder mais, daria até pra sentir o turbilhão de pensamentos em cada uma das mentes, o sofrimento solitário. Num determinado momento, iluminados a luz do luar, começaram a falar do passado, de como foi bom, mas que o futuro não os pertencia mais, que em algum momento daqueles dias vividos juntos, acabaram por se perder, no meio das brigas, das acusações, dos medos e incertezas, no meio das palavras não ditas e dos carinhos silenciados. Abraçaram-se forte, emocionados por tudo o que não viveriam mais, por toda forma de amor que poderiam ter dado, por toda a palavra que poderia ter sido guardada e por toda aquela teimosa que preferiu se calar, e foram embora restando apenas uma certeza, que ainda se amavam.

obs: Metade fictício, metade não.

Crisley Ramos

Flutue


Flutue

Aprenda a flutuar nos sonhos,
brinque com sua realidade,
dance com a tristeza,
desabroche, saia da concha,
seja fiel e verdadeiro consigo
e nunca haverá quem diga
que você não viveu.

(Crisley Ramos)

Sorria


Sorria

"Sorria quando quiser sorrir,
chore quando quiser chorar,
seja verdadeiro nos seus sentimentos
e jamais a tristeza te pegará despreparado. "

(Crisley Ramos)